Sentada em minha sala ,olho pela varanda de meu apartamento e lembranças surgem...
Elas vêm em forma de uma frase que me acompanhou a vida inteira!
"A casa não se quere grande para ser igual a um ninho".
A princípio ,muito pequena, não entendia o significado de tão sábias palavras!!
Vou contar a história dessas palavras...
Papai chega um dia de viagem- não lembro bem de onde-com um azulejo embrulhado em papel pardo e diz a mamãe:
-Veja o que trouxe para colocarmos atrás da porta de nossa casa.
Quando abriu o pacote, mamãe olhou bem aquele azulejo quebrado e remendado com cimento e ficou um tanto quanto espantada...
Papai logo foi explicando.Era um azulejo português-daqueles azuis com desenhos em sua volta toda- de uma artista muito famosa portuguesa (não lembro de seu nome) e que antes de começar seu trabalho, quebrava o material e colava-o com cimento, para em seguida pintar...
No centro vinha a frase que tanto marcou minha vida.Ainda hoje, fecho os olhos e vejo ele sempre atrás da porta de nossa casa.
Olha que mudamos muito!!!
Havia um ritual cada vez que entrávamos em uma nova casa! A primeira coisa a ser feita antes de desmanchar a mudança era a colocação do azulejo em nossa porta de entrada.
O tempo passou, cresci e comecei a entender o significado daquela frase...
Quando papai já estava doente e trouxe eles para perto de mim, na mudança, a peça quebrou-se!!!
Ficou ,então guardada e esquecida numa das gavetas do quarto deles, pois papai era muito supersticioso e não admitia nada quebrado em casa.
Papai faleceu e quando desmanchamos a casa não encontrei mais o tal azulejo!!!
Mas ele ficou em minha memória de menina-mulher.
Queria tanto que ele estivesse pendurado na porta de minha casa...
Lembranças gostosas de serem lembradas!!
Laurinha
Alguém pode me ajudar??
Quero saber quem é essa artista.
Como descendente de portugueses, minha lembrança com relação aos azulejos azuis é que eles vinham de Alcobaça.
ResponderExcluirMas isso não quer dizer que o seu, em especial, tenha a mesma origem.
É novidade para mim essa emenda com cimento.
Vou pesquisar e se descobrir volto para te dizer.
Beijinhos
também desconheço o ou a autora dessas pinturas em azulejo, temos por cá igrejas do ano de mil setecentos e pouco revestidos com esse tipo de azulejo azul e com motivos em branco, mas desconhecia a técnica dessa pintora, mas a tua história é bonita, são esses pequenos toques que vamos aprendendo em pequenos que nos fazer pessoas bem formadas no futuro
ResponderExcluirbj
São rituais familiares com este que marcam de boas lembranças nossa vida afora.
ResponderExcluirLaurinha, vc é uma artista. Experimente elaborar algo similar ao azulejo quebrado.Que tal?
Abraços carinhosos.
Calu
Linda postagem, cheia de lembranças e questionamentos.
ResponderExcluirDesculpa por não ter ligado no sábado, mas como vc me disse que iria sair com seu filho fiquei sem saber a que horas voltaria.Depois, chegou uma amiga e ficamos conversando até tarde...
As vezes, entro no MSN lhe procurando, mas vc nunca aparece, e como eu tenho entrado pouco na net....
Mas,não se preocupe,que vou ligar, pois quero bater um papinho..rsrs
Um abração..Emilinha
Oi, querida Laurinha.
ResponderExcluirDesconheço o autor, mas de uma coisa eu sei, suas lembranças são fantásticas, essas não precisam de autoria nem de remendos, ficarão para sempre.
Adoro lembrar das minhas também, e como me fazem bem!
Beijos, amiga